Relacionamentos saudáveis têm limites definidos
Por Roberto Shinyashiki
Quando alguém não expressa o que o importuna, corre o risco de se afastar, negando ao outro a oportunidade de conhecê-lo.
Acontecimentos que nos desagradam ou não nos interessam são comuns em nossas vidas. A tendência da maioria das pessoas é deixar que essas situações se repitam como se não tivessem importância. Até que um dia ocorre uma briga ou, pior ainda, uma separação silenciosa.
Em uma conversa com um amigo tempos atrás, ele disse: “As pessoas perdem muito mais oportunidades por não falar ‘não’ do que por não falar inglês”. Verdade! Procure falar inglês, mas aprenda a dizer não quando a situação está desconfortável para você.
Com freqüência, o mal-estar vai se ampliando até que se torna uma situação insuportável. Portanto, seja no trabalho ou nas relações pessoais, aprenda a colocar limites, porque algumas pessoas invadem o espaço do outro sem perceber e precisam que você acenda a luz de PARE!
É fundamental dizer as pessoas de maneira direta, firme, e clara, quando uma atitude delas incomoda. Confrontar também é dizer ao outro que sua amizade é importante. Quando alguém não expressa o que o importuna, corre o risco de se afastar, negando ao outro a oportunidade de conhecê-lo.
Ao confrontar alguém, é interessante dizer a ele qual conduta o incomoda, como você se sente e como você gostaria que ele agisse. Por exemplo, quando a pessoa fica aborrecida porque um amigo falta a um compromisso. Em vez de estourar com ele ou decidir não mais encontrá-lo, é melhor dizer: “Não gosto quando você combina de ir em casa e não aparece. Sinto-me rejeitado e tenso por esperá-lo à toa. Quero pedir que não marque nada se não puder ir ou que me telefone se aparecer algum imprevisto”.
Uma sugestão para as confrontações feitas por um casal: tratar um assunto de cada vez até resolvê-lo. Por exemplo, se a esposa está colocando a necessidade de o marido acompanhar os deveres do filho, é importante que eles cheguem a uma conclusão sobre este assunto antes de iniciar outro.
As conversas em que são discutidos muitos problemas ao mesmo tempo tende a tornar acusações mútuas em vez de se transformar em reflexões que levam a uma solução das dificuldades. Lembre-se de que cabe à pessoa confrontada a decisões de mudar ou não. Se ela continua com o comportamento de que o aborrece, é uma maneira de dizer que não consegue mudar ou que não tem vontade de fazê-lo. Aí, é sua opção continuar com a amizade.
Roberto Shinyashiki é psiquiatra, palestrante e autor de 14 títulos, entre eles: Os Segredos dos Campeões, Tudo ou Nada, Heróis de Verdade, Amar Pode Dar Certo, O Sucesso é Ser Feliz e A Carícia Essencial http://www.blogger.com/www.clubedoscampeoes.com.br
Publicação: 27/10/2008
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